segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O Caso Melky Cabrera


Na semana passada, o Outfielder do San Francisco Giants e MVP do All-Star Game 2012, Melky 
Cabrera, foi pego no exame anti-doping. Cabrera estava com uma quantidade de testosterona acima do permitido e, por conta disso, foi suspenso por 50 jogos.

A MLB tem elevado o nível de atenção nos testes nos últimos tempos, uma vez que a liga ficou conhecida por muitos jogadores terem um ganho de desempenho enorme de uma temporada para outra. Logicamente,  esses os rendimentos levantarem a suspeita de quão dentro da legalidade estariam tais atletas. A última vítima “famosa” de suspensão, havia sido Ryan Braun, MVP da National League em 2011. Entretanto, a suspensão de Braun foi revertida na justiça.

Não vai ser por seu MVP no All-Star Game que o jogador será lembrado

Mas vamos entender um pouco mais sobre o caso Cabrera:

Parte 1 – Complicando os playoffs
Quando anunciada a suspensão, faltavam 45 jogos para os Giants na temporada regular. Já será complicado sem o jogador, o time alcançar os playoffs, mas, caso os Giants avancem, estarão numa posição bem complicada quanto ao jogador dopado. Melky só poderia jogar na segunda série da equipe nos playoffs. Enquanto isso, precisaria estar “registrado” e ocupando o espaço de alguém que poderia entrar em campo em todos os jogos anteriores. Além desse complicador, Cabrera estará fora de forma, uma vez que as Minors já estarão de férias quando a MLB estiver pegando fogo em outubro.

Parte 2 – Tentando empurrar a culpa
Mas ir ou não para os playoffs é apenas um dos problemas que Cabrera e os Giants irão ter. Pelo Acordo Coletivo entre Associação de Jogadores e MLB, o atleta que for pego no exame anti-doping, poderá tentar provar que utilizou a substância proibida sem saber. Seria o caso do jogador que estivesse tratando alguma doença e ingerisse um remédio com alguma substância proibida. Mas foi nesse ponto que Cabrera complicou ainda mais sua situação.

Um funcionário dos agentes de Melky Cabrera foi pago para conseguir um site que ajudasse o jogador a se livrar da punição. Como? Cabrera, supostamente, iria ter comprado um produto desse site tendo em mente que seria legal tomá-lo. Como eles iriam incriminar o site e colocar culpados na história, já são outros problemas, mas o fato é que, para se  livrar de uma coisa, Cabrera fez uma besteira maior ainda.
À essa altura, os agentes e o tal funcionário contratado por eles estão fazendo de tudo para livrar a pele do atleta. Logicamente, será alegado que o jogador não sabia do esquema e, realmente, não há provas para tal.

Parte 3 – Perdendo muito dinheiro (ou não)
No fim das contas, Cabrera acabou perdendo um contrato que nunca seria seu. Como assim?

Josh Hamilton vai nadar nos dólares em 2013, ao contrário de Cabrera
Ele será Free Agent ao final da temporada e, com os números que vinha fazendo, liderando a NL em rebatidas e estando entre os líders de aproveitamento no bastão, certamente receberia uma proposta bem recheada. Algo para lá de 60 milhões de dólares. Andre Ethier, por exemplo, assinou com os Dodgers por 85 milhões e 5 anos. Cabrera seria um dos melhores nomes do mercado para quem procurasse um Outfielder (junto com Josh Hamilton e Nick Swisher). Agora, envolvido em um escândalo, que dentro dele há outro escândalo, ele irá se contentar com as propostas que aparecerem. Se conseguir um contrato de 2 anos, será uma grande vitória. Mas pelo menos será um contrato pelo Cabrera de verdade, e não pelo Cabrera de farmácia.

Vale lembrar que o rapaz nunca foi muita coisa. Passou por  Yankees e foi chutado pelo Braves antes de chegar ao Kansas City. De repente,  começou a rebater acima de 30% e passa a parecer mais um daqueles casos que o Billy Beane adora: um cara que só precisa de um chance pra jogar bem. Mas, com o problema revelado na semana passada, começa também a se duvidar da validade de sua temporada em 2011.

Parte 4 – Que a fiscalização aumente!
De qualquer modo, o caso de Melky Cabrera deverá servir de exemplo. Os jogadores que usam substâncias ilegais, têm a cara-de-pau para aparecer para o jogo e competir com os atletas que estão na MLB por causa da técnica, da força e do trabalho. Quem sabe, com a grande desvalorização de um “dopado”, o pessoal comece a pensar antes de sujar o nome da liga, além do próprio. E que os times comecem a trabalhar de maneira mais digna para descobrir os atletas ilegais. Cabrera foi o terceiro jogadors dos Giants e pegar uma suspensão de 50 ou mais jogos. Em 2008, Eliezes Alfonzo foi pego e, no começo deste ano, Guillermo Mota foi suspenso por 100 jogos.

Melky não foi o primeiro, nem será o último

A MLB tem precisa continuar fazendo sua parte, mas com mais força. A liga tem, praticamente, recompensado os jogadores “errados”. Cabrera, por exemplo, se tivesse assinado um contrato de 70 milhões e 4 anos antes de ser pego no exame, iria receber praticamente o mesmo dinheiro. O que ele iria perder seria equivalente aos 50 jogos de suspensão, e só. Ou seja, ele teria, ainda, uns 65 milhões garantidos. Passa a impressão que “vale a pena arriscar”. Perde-se 5 milhões e ganhe-se 65.

Para ser mais dura, a liga tem seu próprio exemplo a seguir. Um jogador pego apostando em Baseball, é suspenso por um ano. Se for pego novamente, não poderá mais jogar na MLB. É simples. É só aumentar a abrangência da regra. Qualquer um fica com medo de perder um ano de salário. Aí o “crime não compensa”.

Precisamos enxergar que Melky não só tomou substância proibida. Ele tentou trapacear. Queria um desempenho melhor, para ter um contrato melhor. Esse contrato melhor, poderia prejudicar seu time, seus companheiros e outros jogadores da liga, uma vez que seriam desvalorizados em seus contratos.


Para eventuais dúvidas, estamos no @MLBBrasil e no Facebook!

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