segunda-feira, 16 de julho de 2012

A História do Houston Astros - Parte 3

Aqui vamos nós ao 3º post sobre a história do Houston Astros. Nunca na minha vida pensei que dedicaria tanto tempo a este time, mas vamos lá, que a coisa tá ficando interessante! Para quem não leu os outros dois, aqui vão os links: Parte 1, Parte 2.

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Como vocês viram, 1986 foi um ano emblemático para o Houston Astros. A partir dali, a história mudaria um pouco. Não digo para melhor, nem para pior. Digo apenas que mudou e vejamos por quais motivos.
Alguns jogadores importantes do time, como o arremessador Nolan Ryan, começaram a procurar novas equipes e deixaram Houston. O time entrou no famoso rebuild, muito comum nas ligas norte-americanas. 

Vários jogadores jovens apareceram com grande futuro no time, e rapidamente os velhinhos que partiram foram esquecidos. Dos novos nomes dos Astros, dois grandes destaques: Jeff Bagwell e Craig Biggio.
Jeff Bagwell permaneceu toda sua carreira, encerrada em 2005, no Houston Astros. Rebateu nada menos que 449 Home Runs e 1.529 corridas impulsionadas. Foi escolhido Novato do Ano da National League em 1991, 4 vezes All-Star, vencedor da Luva de Ouro e MVP da NL em 1994. Teve seu número 5 aposentado pela franquia de Houston.

Bagwell é um dos maiores nomes da história da franquia
O curioso é que o 1ª Base chegou ao Houston através de uma troca em que obtiveram grande vantagem em cima do Boston Red Sox. Alguns analistas consideram como uma das trocas mais vantajosas da história das ligas americanas. Bagwell foi para Houston em troca de Larry Andersen, arremessador experiente. Os Red Sox tentavam chegar aos playoffs naquele ano e Larry Andersen poderia ajudá-los neste objetivo. Ajudou, mas o time foi eliminado na primeira rodada e o arremessador saiu da equipe na offseason

Outro nome que também entrou para história foi o do Catcher Craig Biggio, que jogou 20 anos na MLB, todos pelos Astros, foi All-Star 7 vezes, 5 vezes Silver Slugger, 4 vezes Luva de Ouro. Bateu 291 Home Runs na carreira, com 1.175 corridas impulsionadas, além de ter entrado para o time dos jogadores que conseguiram mais de 3.000 rebatidas válidas, com 3.060 no total. Sua camisa #7 foi aposentada também pela franquia.

Porém, novamente, problemas extra-campo atrapalharam a equipe. O Astrodome vinha passando por épocas difíceis, com poucos torcedores indo aos jogos dos Astros. A atração da cidade havia se tornado o Houston Oilers, além do Houston Rockets de Hakeem Olajuwon e Clyde Drexler.

Os donos queriam vender a equipe e levar a franquia para Washington, mas a National League não aceitou. De qualquer modo, time então foi vendido para Drayton McLane, empresário do ramo alimentício, que prometeu não mudar de cidade.

Depois de todo impasse, o time estava pronto para lutar por sua divisão. Por três anos seguidos (94 a 96), foi o segundo lugar da NL Central, alcançando títulos divisionais em 97, 98 e 99. Em 98, os Astros estabeleceram o recorde de vitórias da franquia: 102 em uma temporada. Ainda assim, o time não conseguiu, em nenhuma das três vezes, passar da primeira fase da pós-temporada. Foi elimiando pelo San Diego Padres em 98 e nos outros dois anos, pelo Atanta Braves. De qualquer forma, na MLB de poucos times nos Playoffs, os Astros tinham formado uma equipe competente e interessante.

O time agora tinha as cores azul e dourado
Vale ressaltar que o novo dono dos Astros mudou a imagem da equipe. O logotipo e os uniformes foram modificados. Claro, ficaram mais sem-graça, mas pareciam um time de verdadeagora.

Mas voltemos para 1996, quando o time quase foi vendido novamente. McLane, seu novo dono, pressionou a cidade para obter um novo estádio. Mesma estratégia utilizada pelo proprietário anterior. Toda essa celeuma aconteceu por causa da reforma feita no Astrodome, no começo da década de 90, que privilegiou totalmente os Oilers (que mais tarde iria se mudar da cidade e virar o Tennessee Titans, mas alguém que tenha uma blog da NFL que fale disso!) e revoltou o pessoal dos Astros.

De qualquer modo, a cidade de Houston decidiu, por meio de votação*, que daria um novo estádio para a franquia dos Astros, e isso salvou o bom time formado naquela década de ir embora do Texas.

Em 2000, nascia o Enron Field, o novo Ballpark de Houston. Mas como essa franquia tem uma má-sorte jamais vista (ok, ainda não são um Chicago Cubs), a empresa que havia comprado os naming rights do estádio faliu logo em seguida, envolvida num escândalo nacionalmente conhecido. O nome mal durou um ano e o novo estádio passou a se chamar Astros Field. Em 2002, finalmente, o nome atual foi dado: Minute Maid Park**.

E aí tinha tudo para dar certo! Os craques da década de 90 ainda estavam no time, que agora se encontrava reforçado: Lance Berkman havia chegado à equipe em 1999 e, em 2003, o experiente Jeff Kent (377 Home Runs, 1.518 RBIs) foi para Houston. Em 2004, os Astros ofereceram um contrato de 3 anos e 31,5 milhões de dólares a Andy Pettitte, então arremessador dos Yankees e 4 vezes campeão da World Series.

Clemens, o Cy Young de 2004
Para completar, Pettitte trouxe com ele ninguém menos que Roger Clemens. Clemens havia anunciado aposentadoria em 2003, mas voltou atrás e assinou com os Astros em 2004. Até ali, o arremessador havia conquistado 6 Cy Young e 2 títulos de World Series. Isso deu a Clemens um contrato que o permitia ficar em casa em viagens do time que ele não estava escalado para jogar. Como todo esse elenco, os Astros eram os favoritos para levar a National League em 2004.

Mas a  temporada de 2004 não começou tão bem. Quando chegaram ao All-Star Break, o time anotava apenas 44 vitórias, somadas a 44 derrotas. O manager foi demitido e, em seu lugar, Phil Garner foi colocado. Garner fez parte do time de 1986 e foi pé-quente em 2004 também. Depois do All-Star, os astros adquiriram Carlos Beltrán do Kansas  City Royals e anotaram um recorde de 46 vitórias e 26 derrotas. Roger Clemens venceu seu 7º Cy Young, mas o time perdeu Andy Pettitte para o resto da temporada, com uma lesão no cotovelo.
A equipe passou pelo Atlanta Braves na final de Divisão, mas, ao encontrar o St. Louis Cardinals na final da National League, sucumbiu em 7 jogos***.

Mas calma! Em 2005 veio o troco! A rotação com Roy Oswalt, Andy Pettitte e Roger Clemens (ERA de 1.87) garantiu uma vaga de Wild Card para os playoffs e o time bateu novamente o Atlanta Braves e, depois, o St. Louis Cardinals, num repeteco completo dos playoffs passados.

Sim! Era a primeira World Series do Houston Astros! Depois de tanto sofrimento, tanta coisa dando errado, tantos acidentes, mudanças de donos, de estádio, finalmente o time texano chega a uma World Series. O adversário estava voando e só perdeu um jogo nos playoffs daquele ano. Varreu o pobre Houston na WS.

Acontece, fazer o quê?

Enfim, depois os Astros voltaram a ter problemas e nunca mais se destacaram. O time foi vendido ano passado, a um empresário texano que já havia tentado comprar o Chicago White Sox e o Texas Rangers.

A torcida do Houston agora espera que Jim Crane, o novo dono da franquia, seja capaz de reeditar os poucos dias de glória em Houston. Em 2012, além de completarem 50 anos de vida, os Astros também fazem a última temporada na National League. A partir de 2013, o time texano será o mais novo integrante da American League ****.

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* Sim, os americanos são bem diferentes de nós. Num caso como este, os contribuintes decidem se vão construir algo ou não. Foi o que aconteceu, recentemente, com o Seattle Supersonics da NBA, que acabou saindo da cidade e fazendo as malas para Oklahoma City.

** Como é uma empresa da Coca-Cola Co., é bem provável que esse nome dure por um tempo. Mas se os Astros conseguirem falir a Coca-Cola, vão render um post bem interessante aqui no blog.

*** St. Louis foi varrido pelo Boston Red Sox na World Series 2004.

**** Atualmente os Astros fazem parte de uma divisão com 6 times, enquanto o normal é 5. A American League West tem apenas 4 franquias e vai abrigar o time a partir de 2013. Então os Astros devem se preparar para enfrentar Texas Rangers e Los Angeles Angels muitas vezes.

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