Na semana passada, o Outfielder do San Francisco Giants e
MVP do All-Star Game 2012, Melky
Cabrera,
foi pego no exame anti-doping. Cabrera estava com uma quantidade de
testosterona acima do permitido e, por conta disso, foi suspenso por 50 jogos.
A MLB tem elevado o nível de atenção nos testes nos últimos
tempos, uma vez que a liga ficou conhecida por muitos jogadores terem um ganho de
desempenho enorme de uma temporada para outra. Logicamente, esses os rendimentos levantarem a suspeita de
quão dentro da legalidade estariam tais atletas. A última vítima “famosa” de
suspensão, havia sido Ryan Braun,
MVP da National League em 2011. Entretanto, a suspensão de Braun foi revertida
na justiça.
Não vai ser por seu MVP no All-Star Game que o jogador será lembrado |
Mas vamos entender um pouco mais sobre o caso Cabrera:
Parte 1 – Complicando
os playoffs
Quando anunciada a suspensão, faltavam 45 jogos para os
Giants na temporada regular. Já será complicado sem o jogador, o time alcançar
os playoffs, mas, caso os Giants avancem, estarão numa posição bem complicada
quanto ao jogador dopado. Melky só poderia jogar na segunda série da equipe nos playoffs. Enquanto isso, precisaria estar “registrado” e ocupando
o espaço de alguém que poderia entrar em campo em todos os jogos anteriores. Além desse
complicador, Cabrera estará fora de forma, uma vez que as Minors já estarão de
férias quando a MLB estiver pegando fogo em outubro.
Parte 2 – Tentando
empurrar a culpa
Mas ir ou não para os playoffs é apenas um dos problemas que
Cabrera e os Giants irão ter. Pelo Acordo Coletivo entre Associação de Jogadores
e MLB, o atleta que for pego no exame anti-doping, poderá tentar provar que
utilizou a substância proibida sem saber. Seria o caso do jogador que estivesse
tratando alguma doença e ingerisse um remédio com alguma substância proibida. Mas
foi nesse ponto que Cabrera complicou ainda mais sua situação.
Um funcionário dos agentes de Melky Cabrera foi pago para
conseguir um site que ajudasse o jogador a se livrar da punição. Como? Cabrera,
supostamente, iria ter comprado um produto desse site tendo em mente que seria
legal tomá-lo. Como eles iriam incriminar o site e colocar culpados na
história, já são outros problemas, mas o fato é que, para se livrar de uma coisa, Cabrera fez uma besteira
maior ainda.
À essa altura, os agentes e o tal funcionário contratado por
eles estão fazendo de tudo para livrar a pele do atleta. Logicamente, será
alegado que o jogador não sabia do esquema e, realmente, não há provas para
tal.
Parte 3 – Perdendo muito
dinheiro (ou não)
No fim das contas, Cabrera acabou perdendo um contrato que
nunca seria seu. Como assim?
Josh Hamilton vai nadar nos dólares em 2013, ao contrário de Cabrera |
Ele será Free Agent ao final da temporada e, com os números
que vinha fazendo, liderando a NL em rebatidas e estando entre os líders de
aproveitamento no bastão, certamente receberia uma proposta bem recheada. Algo
para lá de 60 milhões de dólares. Andre
Ethier, por exemplo, assinou com os Dodgers por 85 milhões e 5 anos. Cabrera
seria um dos melhores nomes do mercado para quem procurasse um Outfielder
(junto com Josh Hamilton e Nick Swisher). Agora, envolvido em um escândalo, que
dentro dele há outro escândalo, ele irá se contentar com as propostas que
aparecerem. Se conseguir um contrato de 2 anos, será uma grande vitória. Mas
pelo menos será um contrato pelo Cabrera de verdade, e não pelo Cabrera de
farmácia.
Vale lembrar que o rapaz nunca foi muita coisa. Passou
por Yankees e foi chutado pelo Braves
antes de chegar ao Kansas City. De repente, começou a rebater acima de 30% e passa a
parecer mais um daqueles casos que o Billy
Beane adora: um cara que só precisa de um chance pra jogar bem. Mas, com o
problema revelado na semana passada, começa também a se duvidar da validade de
sua temporada em 2011.
Parte 4 – Que a
fiscalização aumente!
Melky não foi o primeiro, nem será o último |
A MLB tem precisa continuar fazendo sua parte, mas com mais
força. A liga tem, praticamente, recompensado os jogadores “errados”. Cabrera,
por exemplo, se tivesse assinado um contrato de 70 milhões e 4 anos antes de
ser pego no exame, iria receber praticamente o mesmo dinheiro. O que ele iria
perder seria equivalente aos 50 jogos de suspensão, e só. Ou seja, ele teria,
ainda, uns 65 milhões garantidos. Passa a impressão que “vale a pena arriscar”.
Perde-se 5 milhões e ganhe-se 65.
Para ser mais dura, a liga tem seu próprio exemplo a seguir.
Um jogador pego apostando em Baseball, é suspenso por um ano. Se for pego
novamente, não poderá mais jogar na MLB. É simples. É só aumentar a abrangência
da regra. Qualquer um fica com medo de perder um ano de salário. Aí o “crime
não compensa”.
Precisamos enxergar que Melky
não só tomou substância proibida. Ele tentou trapacear. Queria um desempenho
melhor, para ter um contrato melhor. Esse contrato melhor, poderia prejudicar
seu time, seus companheiros e outros jogadores da liga, uma vez que seriam
desvalorizados em seus contratos.
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