Aqui vamos nós ao 3º post sobre a história do Houston
Astros. Nunca na minha vida pensei que dedicaria tanto tempo a este time, mas
vamos lá, que a coisa tá ficando interessante! Para quem não leu os outros
dois, aqui vão os links: Parte
1, Parte
2.
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Como vocês viram, 1986 foi um ano emblemático para o Houston
Astros. A partir dali, a história mudaria um pouco. Não digo para melhor, nem
para pior. Digo apenas que mudou e vejamos por quais motivos.
Alguns jogadores importantes do time, como o arremessador Nolan Ryan, começaram a procurar novas
equipes e deixaram Houston. O time entrou no famoso rebuild, muito comum nas ligas norte-americanas.
Vários jogadores
jovens apareceram com grande futuro no time, e rapidamente os velhinhos que
partiram foram esquecidos. Dos novos nomes dos Astros, dois grandes destaques: Jeff Bagwell e Craig Biggio.
Jeff Bagwell permaneceu toda sua carreira, encerrada em
2005, no Houston Astros. Rebateu nada menos que 449 Home Runs e 1.529 corridas
impulsionadas. Foi escolhido Novato do Ano da National League em 1991, 4 vezes
All-Star, vencedor da Luva de Ouro e MVP da NL em 1994. Teve seu número 5
aposentado pela franquia de Houston.
Bagwell é um dos maiores nomes da história da franquia |
O curioso é que o 1ª Base chegou ao Houston através de uma
troca em que obtiveram grande vantagem em cima do Boston Red Sox. Alguns analistas consideram como uma das trocas
mais vantajosas da história das ligas americanas. Bagwell foi para Houston em
troca de Larry Andersen,
arremessador experiente. Os Red Sox tentavam chegar aos playoffs naquele ano e
Larry Andersen poderia ajudá-los neste objetivo. Ajudou, mas o time foi
eliminado na primeira rodada e o arremessador saiu da equipe na offseason.
Outro nome que também entrou para história foi o do Catcher
Craig Biggio, que jogou 20 anos na MLB, todos pelos Astros, foi All-Star 7 vezes,
5 vezes Silver Slugger, 4 vezes Luva de Ouro. Bateu 291 Home Runs na carreira,
com 1.175 corridas impulsionadas, além de ter entrado para o time dos jogadores
que conseguiram mais de 3.000 rebatidas válidas, com 3.060 no total. Sua camisa
#7 foi aposentada também pela franquia.
Porém, novamente, problemas extra-campo atrapalharam a
equipe. O Astrodome vinha passando por épocas difíceis, com poucos torcedores
indo aos jogos dos Astros. A atração da cidade havia se tornado o Houston Oilers, além do Houston Rockets de Hakeem Olajuwon e
Clyde Drexler.
Os donos queriam vender a equipe e levar a franquia para Washington, mas a National League não
aceitou. De qualquer modo, time então foi vendido para Drayton McLane, empresário do ramo
alimentício, que prometeu não mudar de cidade.
Depois de todo impasse, o time estava pronto para lutar por
sua divisão. Por três anos seguidos (94 a 96), foi o segundo lugar da NL Central,
alcançando títulos divisionais em 97, 98 e 99. Em 98, os Astros
estabeleceram o recorde de vitórias da franquia: 102 em uma temporada. Ainda assim, o time não
conseguiu, em nenhuma das três vezes, passar da primeira fase da pós-temporada.
Foi elimiando pelo San Diego Padres
em 98 e nos outros dois anos, pelo Atanta
Braves. De qualquer forma, na MLB de poucos times nos Playoffs, os Astros
tinham formado uma equipe competente e interessante.
O time agora tinha as cores azul e dourado |
Vale ressaltar que o novo dono dos Astros mudou a imagem da
equipe. O logotipo e os uniformes foram modificados. Claro, ficaram mais
sem-graça, mas pareciam um time de verdadeagora.
Mas voltemos para 1996, quando o time quase foi vendido
novamente. McLane, seu novo dono, pressionou a cidade para obter um novo
estádio. Mesma estratégia utilizada pelo proprietário anterior. Toda essa celeuma aconteceu
por causa da reforma feita no Astrodome, no começo da década de 90, que
privilegiou totalmente os Oilers (que mais tarde iria se mudar da cidade e
virar o Tennessee Titans, mas alguém que tenha uma blog da NFL que fale
disso!) e revoltou o pessoal dos Astros.
De qualquer modo, a cidade de Houston decidiu, por meio de
votação*, que daria um novo estádio para a franquia dos Astros, e isso salvou o
bom time formado naquela década de ir embora do Texas.
Em 2000, nascia o Enron Field, o novo Ballpark de Houston.
Mas como essa franquia tem uma má-sorte jamais vista (ok, ainda não são um Chicago Cubs), a empresa que havia
comprado os naming rights do estádio
faliu logo em seguida, envolvida num escândalo nacionalmente conhecido. O nome
mal durou um ano e o novo estádio passou a se chamar Astros Field. Em 2002,
finalmente, o nome atual foi dado: Minute
Maid Park**.
E aí tinha tudo para dar certo! Os craques da década de 90
ainda estavam no time, que agora se encontrava reforçado: Lance Berkman havia chegado à equipe em 1999 e, em 2003, o
experiente Jeff Kent (377 Home Runs,
1.518 RBIs) foi para Houston. Em 2004, os Astros ofereceram um contrato de 3
anos e 31,5 milhões de dólares a Andy
Pettitte, então arremessador dos Yankees e 4 vezes campeão da World Series.
Clemens, o Cy Young de 2004 |
Para completar, Pettitte trouxe com ele ninguém menos que Roger Clemens. Clemens havia anunciado
aposentadoria em 2003, mas voltou atrás e assinou com os Astros em 2004. Até
ali, o arremessador havia conquistado 6 Cy Young e 2 títulos de World Series.
Isso deu a Clemens um contrato que o permitia ficar em
casa em viagens do time que ele não estava escalado para jogar. Como todo esse
elenco, os Astros eram os favoritos para levar a National League em 2004.
Mas a temporada de
2004 não começou tão bem. Quando chegaram ao All-Star Break, o time anotava
apenas 44 vitórias, somadas a 44 derrotas. O manager foi demitido e, em seu
lugar, Phil Garner foi colocado.
Garner fez parte do time de 1986 e foi pé-quente em 2004 também. Depois do
All-Star, os astros adquiriram Carlos
Beltrán do Kansas City Royals e
anotaram um recorde de 46 vitórias e 26 derrotas. Roger Clemens venceu seu 7º
Cy Young, mas o time perdeu Andy Pettitte para o resto da temporada, com uma
lesão no cotovelo.
A equipe passou pelo Atlanta Braves na final de Divisão,
mas, ao encontrar o St. Louis Cardinals na final da National League, sucumbiu
em 7 jogos***.
Mas calma! Em 2005 veio o troco! A rotação com Roy Oswalt, Andy Pettitte e Roger
Clemens (ERA de 1.87) garantiu uma vaga de Wild Card para os playoffs e o time
bateu novamente o Atlanta Braves e, depois, o St. Louis Cardinals, num repeteco
completo dos playoffs passados.
Sim! Era a primeira World
Series do Houston Astros! Depois de tanto sofrimento, tanta coisa dando
errado, tantos acidentes, mudanças de donos, de estádio, finalmente o time
texano chega a uma World Series. O adversário estava voando e só perdeu um jogo
nos playoffs daquele ano. Varreu o pobre Houston na WS.
Acontece, fazer o quê?
Enfim, depois os Astros voltaram a ter problemas e nunca
mais se destacaram. O time foi vendido ano passado, a um empresário texano que
já havia tentado comprar o Chicago White Sox e o Texas Rangers.
A torcida do Houston agora espera que Jim Crane, o novo dono
da franquia, seja capaz de reeditar os poucos dias de glória em Houston. Em
2012, além de completarem 50 anos de vida, os Astros também fazem a última
temporada na National League. A partir de 2013, o time texano será o mais novo
integrante da American League ****.
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* Sim, os americanos são bem diferentes de nós. Num caso como
este, os contribuintes decidem se vão
construir algo ou não. Foi o que aconteceu, recentemente, com o Seattle
Supersonics da NBA, que acabou saindo da cidade e fazendo as malas para
Oklahoma City.
** Como é uma empresa da Coca-Cola Co., é bem provável que
esse nome dure por um tempo. Mas se os Astros conseguirem falir a Coca-Cola,
vão render um post bem interessante aqui no blog.
*** St. Louis foi varrido pelo Boston Red Sox na World
Series 2004.
**** Atualmente os Astros fazem parte de uma divisão com 6
times, enquanto o normal é 5. A American League West tem apenas 4 franquias e
vai abrigar o time a partir de 2013. Então os Astros devem se preparar para
enfrentar Texas Rangers e Los Angeles Angels muitas vezes.
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